15 de jan. de 2014

Calada

Calada

A porta bateu com força deixando-a sozinha
Tentou gritar com todas as suas forças
Correu para o banheiro trancando a porta
Colocou as mãos na cabeça puxando seu cabelo

Não tinha como fugir, não tinha como escapar
Tentou chorar com todas as suas forças
Abriu a torneira e viu a água correr
Pegou o copo de vidro que estava em cima da pia

Ele caiu no chão se estilhaçando
Tentou mentir para si mesma com todas as suas forças
Pegou um dos cacos e o apertou na mão
Viu o sangue escorrer e pingar no chão branco

Era como uma obra abstrata
Sangue, vidro e ódio
Era isso o que ela via

Um grito mudo escapou de sua garganta
Lágrimas caíram em abundância
Mas as mentiras já não existiam mais
Não tinha mais forças para mentir

Se olhou no espelho e bateu com o punho fechado
Bateu repetidamente no reflexo de sua imagem

Era inútil tudo aquilo e ela sabia,
Sabia que não tinha e nem podia gritar
Sabia que não tinha sentido chorar

E sabia também que sua única escolha era continuar
Continuar para poder aguentar sua vida
Sabia que precisava continuar calada
Por mais que isso a enlouquecesse

Não era como se tivesse algum outro jeito
Era um beco sem fim do qual não podia voltar

E só se podia ficar assim,
Calada.





Inspirada na música No Love - Simple Plan


Nenhum comentário:

Postar um comentário